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quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Aeroporto #1 - Jacob Ohana

Bag to bag a esteira 
leva e traz o viajante 
o viajante 
vai e vem 
check-in check-in 
bag to bag inquieto 
passo esperto vai e vem. 

Back to back defeito 

o viajante não vem 
dá notícias de seus frutos 
não leva e traz 
dá um jeito 
back to back não vem. 

Drawback engano 

é draw-back 
presilha de suspensório 
parte vem mais parte vai 
o viajante vai e vem 
de beca nova 
reforma 
parte da beca que vem 
bag to back 
o viajante não veio 
ficou parado no meio 
bag to bag na mão 
check-in-check-in-check-out 
por um erro de palavra 
o viajante que andava 
foi fazer a vernissage 
numa outra exposição 
back to back 
essa não! 

Obtido de: http://www.haicu.sf.nom.br/sf/1999/SF9903.pdf
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Jacob Ohana nasceu em Belém, no dia 16 de outubro de 1942. A partir de 1943 passou a residir em Manaus, onde realizou seus estudos. Publicou os primeiros textos na página literária do Clube da Madrugada, tornando-se um de seus colaboradores. Advogado, funcionário do Banco do Brasil, atuou na Cacex desde 1970, já no Rio de Janeiro. Depois trabalho na Secretaria de Comércio Exterior – Secex/MDIC. Professor de comércio exterior e palestrante dedicado. Amazonense, tem fortes laços com as iguarias e costumes das regiões Norte e Nordeste, que se fazem presentes em seus trabalhos. Obra poética: Cotidiano das ruas e dos entes, (poesia) 1998; Armadilhas para Esaú (contos – Literis Ed. – Rio – 2003); Meu segundo cadillac (romance – Livraria Internacional – Rio – 2004). Jacob faleceu em 2008.

Tive a fortuna de conhecer Jacob Ohana, mas convivi pouco com ele. No trabalho, a ele sempre recorria, como todos os colegas, para tirar dúvidas sobre assuntos de comércio exterior, tanto no tempo da Cacex, como no da Secex. Só mais tarde pude conhecê-lo melhor e descobrir sua veia literária e musical. Tive a oportunidade única de compartilhar com ele uma viagem fantástica de Teresina à Parnaíba, Piauí, que o inspirou a escrever uma crônica muito bem humorada. Em Parnaíba pudemos bater longo papo, regado à cerveja, e com direito a ouvir o seu magnífico violão. Jacob Ohana, além de bancário e profissional de comércio exterior, escritor, poeta e músico, marcou de muitas maneiras sua passagem por aqui. A poesia acima é um pequeno registro e homenagem que compartilho com vocês. 
Por F@bio