"Todos podem ver o amor
e o amor não vê no caiscrianças carregando fardos,
entre adultos, carregando
a fonética dor de ir cedo
ou sem murmúrio,
envelhecendo.
E no orfanato o sonho
é bem menos exatodo que a dor.
Que piedade tem
a pobreza, que
misericórdia
no trabalho?
E andarão,
meninos, com
cargueiros
vergando o peito
cândido. Atrás
de uma rua,
uma casa
na infância.
Cada passo
é um túnel.Cada passo,
um navio
que transporta
pedras e açucenas.
Cada passo, porta
que fermenta
surdos ossos, fuzis.
Cada porta, é a criança
chorando atrás da porta.
Cada lágrima
é a noite que rebenta."
Obtido de: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fale/article/viewFile/2421/1895
Carlos Nejar (Luiz C. Verzoni N.), advogado, professor e poeta, nasceu em Porto Alegre, RS, em 11 de janeiro de 1939. Além dos títulos de romancista, contista, dramaturgo, filósofo e historiador da literatura, Nejar é também chamado de "o poeta do pampa brasileiro".
Nos versos acima, Nejar nos brinda com esses versos cheios de lirismo e dor. Um retrato poético desse nosso país cheio de desigualdades, que ninguém vê, ou não quer ver. Cegos e surdos no amor. Não há sonho, não há misericódia, só meninos invisíveis carregando seu pesado fardo de dor, vergados pela carga do descaso.
By
F@bio
é a noite que rebenta."
Obtido de: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fale/article/viewFile/2421/1895
Carlos Nejar (Luiz C. Verzoni N.), advogado, professor e poeta, nasceu em Porto Alegre, RS, em 11 de janeiro de 1939. Além dos títulos de romancista, contista, dramaturgo, filósofo e historiador da literatura, Nejar é também chamado de "o poeta do pampa brasileiro".
Nos versos acima, Nejar nos brinda com esses versos cheios de lirismo e dor. Um retrato poético desse nosso país cheio de desigualdades, que ninguém vê, ou não quer ver. Cegos e surdos no amor. Não há sonho, não há misericódia, só meninos invisíveis carregando seu pesado fardo de dor, vergados pela carga do descaso.
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