Pralapracá
E começa a longa história
do navio que ia e vinha
pela estrada azul do Atlântico:
Ia, levando pau-brasil
e homens cor da manhã, filhos do mato,
cheios de sol e de inocência;
vinha trazendo degredados...
Ia, levando uma esperança;
vinha trazendo foragidos de outras pátrias
para a ilha da Bem-aventurança.
Ia levando um grito de surpresa,
da terra criança;
e vinha abarrotado de saudade
portuguesa ...
Obtido do site da Fundação Cultural Cassiano Ricardo: http://www.fccr.sp.gov.br/index.php/institucional/151-cassiano-ricardo/577-livro-08?showall=1
Jornalista, poeta e ensaísta nascido em São José dos Campos - SP (1895). Estudou em São Paulo e Rio de Janeiro. Participou da Semana de Arte Moderna de 1922. Transitou do simbolismo ao modernismo e concretismo. Foi um ativista incansável. No modernismo participou dos grupos "Verde Amarelo" e "Anta". Trabalhou nos jornais Correio Paulistando (SP) e A Manhã (RJ). Fundou as revistas: Novíssima e Planalto. Presidiu o Clube da Poesia em São Paulo. Foi das Academias Paulista de Letras e Brasileira de Letras.
Pralapracá é a síntese do comércio exterior. Carga vai carga vem. Mas também vai esperança e volta saudade. Neste blog foi publicada a poesia "Céu e Mar" de Cassiano Ricardo. Salve o grande poeta sãojoanense.
Por F@bio
A idéia é, como um navio cargueiro, recolher e reunir escritos da literatura que nos encantaram. Que tal navegar comigo, sugerir, criticar, interagir? Poste seu comentário e torne-se um amigo do Blog.
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quarta-feira, 25 de janeiro de 2017
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Céu e Mar - Cassiano Ricardo
De: Cassiano Ricardo
O dia marinheiro
todo vestido de sol branco
andava navegando com os marujos
de solavanco em solavanco
a prometer-lhes mundos nunca vistos nem sonhados
em mares nunca antes navegados
tudo por conta de outro dia
que mais adiante aparecia
e a mesma coisa prometia.
Luas marítimas, logo após,
nadavam no silêncio da amplidão
por onde a noite, caravela de carvão
levava a bordo uma porção de estrelas nuas.
Como era doída no outro dia
a dor da repetição!
todo vestido de sol branco
andava navegando com os marujos
de solavanco em solavanco
a prometer-lhes mundos nunca vistos nem sonhados
em mares nunca antes navegados
tudo por conta de outro dia
que mais adiante aparecia
e a mesma coisa prometia.
Luas marítimas, logo após,
nadavam no silêncio da amplidão
por onde a noite, caravela de carvão
levava a bordo uma porção de estrelas nuas.
Como era doída no outro dia
a dor da repetição!
Em Coletânia de Poemas de Cassiano Ricardo, Livro 2, disponível em: www.fccr.org.br
Conheci a poesia de Cassiano Ricardo ainda na adolescência e me encantei com "Gagárin" (veja abaixo), da sua fase concretista. Jornalista, poeta e ensaísta nascido em São José dos Campos - SP (1895). Estudou em São Paulo e Rio de Janeiro. Participou da Semana de Arte Moderna de 1922. Transitou do simbolismo ao modernismo e concretismo. Foi um ativista incansável. No modernismo participou dos grupos "Verde Amarelo" e "Anta". Trabalhou nos jornais Correio Paulistando (SP) e A Manhã (RJ). Fundou as revistas: Novíssima e Planalto. Foi das Academias Paulista de Letras e Brasileira de Letras. Com Céu e Mar, Cassiano Ricardo me permite enriquecer este blog com mais um belo poema e vesti-lo de sol branco, iluminado pelo grande poeta sãojoanense.
Por F@bio
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