De: Herbert Vianna
"Quando tá escuro
E ninguém te ouve
Quando chega a noite
E você pode chorar
Há uma luz no túnel
Dos desesperados
Há um cais de porto
Pra quem precisa chegar
Eu estou na lanterna dos afogados
Eu estou te esperando
Vê se não vai demorar
Uma noite longa
Pra uma vida curta
Mas já não me importa
Basta poder te ajudar
E são tantas marcas
Que já fazem parte
Do que eu sou agora
Mas ainda sei me virar
Eu tô na lanterna dos afogados
Eu tô te esperando
Vê se não vai demorar
Uma noite longa
Pra uma vida curta
Mas já não me importa
Basta poder te ajudar
Eu tô na lanterna dos afogados
Eu tô te esperando
Vê se não vai demorar"
Letra obtida em http://vagalume.uol.com.br/paralamas-do-sucesso/lanterna-dos-afogados.html
Herbert provavelmente se inspirou no livro Jubiabá de Jorge Amado ("Jubiabá", romance. São Paulo, ed Martins, 27a. Ed., 1971) onde encontramos nas pags. 77 e 85 o seguinte:
"Certa noite no cais os homens pararam de repente o trabalho e correram para a borda onde o mar batia. Havia uma Lua clara e estrelas tão brilhantes que nem se via a luz da lâmpada de um botequim que se chamava 'Lanterna dos Afogados'...
Quando seu Antônio comprou o 'Lanterna dos Afogados' à viuva de um marinheiro que a montara há muitos anos, ela já tinha esse nome e, em cima da porta ostentava aquela tabuleta mal pintada, na qual uma sereia salva um afogado. O marinheiro que montara o botequim desembarcara um dia de um cargueiro e ancorara ali, naquela velha sala negra do sobrado.
Amara uma mulata escura que fazia arroz-doce para os frequeses e fornecia boia aos trabalhadores do cais do porto.
Porque chamara ao botequim de 'Lanterna dos Afogados' ninguém sabia. Sabiam porém que ele naufragara três vezes e que correra o mundo todo..."
Lanterna metafórica de um Herbert genial compositor e músico. Cais do porto dos desesperados e afogados na solidão, no desamor, na vida sem rumo. O botequim é o porto dos solitários, lugar para afogar as mágoas, ponto de encontro, cais. Mas há alguém que pode ajudar, que te espera no cais, seguro porto, ombro amigo, amor sincero. Vida curta, viajem longa, noite comprida, luz no túnel, farol pra quem precisa chegar, alguém pra te escutar, apoiar. Mas ninguém te ouve, dá vontade de chorar, sozinho no mundo, qual cargueiro em pleno mar. Mas a luz tênue do farol aponta o caminho, porisso não vá demorar, pois alguém está te esperando, iluminando o caminho, candeiro na noite escura, estrela guia. Lanterna. Viva Herbert Paralama Vianna!
por F@bio
A idéia é, como um navio cargueiro, recolher e reunir escritos da literatura que nos encantaram. Que tal navegar comigo, sugerir, criticar, interagir? Poste seu comentário e torne-se um amigo do Blog.
quarta-feira, 31 de março de 2010
terça-feira, 2 de março de 2010
Cais do porto - Capiba
"Cais do porto,
Eu estou sempre aqui
Seja noite estrelada ou não
Cais do porto,
Quero ver se encontro meu bem
Que daqui certo dia partiu
Não sei se sozinho ou com mais alguém
Cais do porto,
Tenha pena de mim
Já é dia, nem vestígio sequer
Não será, cais do porto, aquela luzinha?
Que lá longe apaga e acende
Fazendo um sinal, quem sabe, pra mim."
Letra obtida do site www.muitamusicacom.br e foto da contra-capa do disco "Viva Capiba" disponível no site http://www.guiapernambuco.com.br/persona/capiba.shtml
Eu estou sempre aqui
Seja noite estrelada ou não
Cais do porto,
Quero ver se encontro meu bem
Que daqui certo dia partiu
Não sei se sozinho ou com mais alguém
Cais do porto,
Tenha pena de mim
Já é dia, nem vestígio sequer
Não será, cais do porto, aquela luzinha?
Que lá longe apaga e acende
Fazendo um sinal, quem sabe, pra mim."
Letra obtida do site www.muitamusicacom.br e foto da contra-capa do disco "Viva Capiba" disponível no site http://www.guiapernambuco.com.br/persona/capiba.shtml
Capiba ou Lourenço da Fonseca Barbosa, um grande compositor pernambucando, muita musica, muitos frevos para alegrar nossas vidas, encantar nossos corações e carnavais!
O cais é frequentemente cantado em versos: saudade, um amor que se foi, um barco que partiu, a luz tênue, cascos e bandeiras, estivadores, marujos, malandros, prostitutas.
O cais, o porto, seguro?
Docas escuras, sujas, guindastes, pó, poeira, fuligem.
Lugar sinistro, noir, falcão maltês, vapor e vapores, fumo, fumaça...
Ponto de saída e de chegada,
Âncora de vidas par-tidas!
Âncora de vidas par-tidas!
por F@bio
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