sábado, 20 de novembro de 2010

Mestre Sala dos Mares - João Bosco e Aldir Branc

De: João Bosco e Aldir Blanc


(palavras censuradas entre parenteses)

Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar reapareceu
Na figura de um bravo feiticeiro (marinheiro) 
A quem a história não esqueceu
Conhecido como o navegante (almirante) negro
Tinha a dignidade de um mestre sala
E ao acenar (navegar) pelo mar na alegria das regatas (com seu bloco de fragatas) 
Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas
Rubras cascatas jorravam das costas
dos santos entre cantos e chibatas (negros pelas pontas das chibatas) 
Inundando o coração do pessoal do porão (de toda tripulação) 
Que a exemplo do feiticeiro (marinheiro) gritava então
Glória aos piratas, às mulatas, às sereias
Glória à farofa, à cachaça, às baleias
Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história
Não esquecemos jamais
Salve o navegante (almirante) negro
Que tem por monumento
As pedras pisadas do cais
Mas faz muito tempo

Obtido de http://www.cefetsp.br/edu/eso/patricia/revoltachibata.html em 20/11/2010



A dupla João Bosco e Aldir Blanc escreveu páginas brilhantes da história da música brasileira e musicou de modo singular a história da nação. Hoje, 20 de novembro, dia da consciência negra, se homenageia também João Cândido, o almirante negro, dia certo para eu postar no Cargueiro de Letras esse samba magistral. A Revolta da Chibata teve por motivos "o descontentamento com os baixos soldos, a alimentação de má qualidade e, principalmente, os humilhantes castigos corporais", que tinham sido abolidos no início do século, sendo depois reativados pela Marinha para "manter a disciplina a bordo". A revolta foi vitoriosa e negociada a anistia, que foi desrespeitada. Os revoltosos foram então deportados ou presos e barbaramente tratados. João Cândido foi expulso da Marinha e viveu muitos anos atormentado pela terrível experiência daquela prisão. Viveu até os 89 anos como peixeiro, vindo a falecer em 1969. No link de onde obtive a letra há um resumo da história de João Cândido. Viva o Almirante Negro! Viva Zumbi!
Por
F@bio

domingo, 14 de novembro de 2010

O Monstrengo - Fernando Pessoa



O Monstrengo
De: Fernando Pessoa
Voz: Paulo Autran


"O monstrengo que está no fim do mar,
Na noite de breu ergueu-se a voar ;
À roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
E disse “Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?"
E o homem do leme, disse tremendo,
"El-Rei D. João Segundo!"

"De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?"
Disse o monstrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso,
"Quem vem poder o que só eu posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?"
E o homem do leme tremeu, e disse,
"El-Rei D. João Segundo!"

Três vezes do leme as mãos ergueu,
Três vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer três vezes,
"Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um povo que quer o mar que é teu;
E mais que o monstrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!”


Esse vídeo une a poesia de Fernando Pessoa com a interpretação de Paulo Autran. A poética não está só no rico verso de Pessoa, mas também na forma intensa de Autran declamar a ode a D.João II. A interpretação de Autran valoriza o poema e nos permite conhecer ainda mais a intensidade do texto de Pessoa. O ator empresta sua voz ao poeta
Por F@bio

sábado, 13 de novembro de 2010

Os Argonautas - Caetano Veloso

De: Caetano Veloso

O Barco!
Meu coração não aguenta
Tanta tormenta, alegria
Meu coração não contenta
O dia, o marco, meu coração
O porto, não!...

Navegar é preciso
Viver não é preciso...

O Barco!
Noite no teu, tão bonito
Sorriso solto perdido
Horizonte, madrugada
O riso, o arco da madrugada
O porto, nada!...

Navegar é preciso
Viver não é preciso...

O Barco!
O automóvel brilhante
O trilho solto, o barulho
Do meu dente em tua veia
O sangue, o charco, barulho lento
O porto, silêncio!...

Navegar é preciso
Viver não é preciso...

Uma homenagem a Camões, a Pessoa, aos navegantes portugueses, que se lançaram mar adentro em seus barcos destemidos, navegar é preciso com a ciência de Sagres e na precisão do verso e da canção de Caetano. No vídeo a seguir Caetano lê a carta de Caminha e canta Os argonautas.
Por F@bio

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

As Mariposas Também Amam - Luiz Berto

De: Luiz Berto
...

"Certa noite na Boate Tabaris apareceu Pedrão, um marinheiro, ficou encantado com Djanira, morena dos olhos verdes da região de Porto Calvo, produto da miscigenação da colonização holandesa. O marinheiro gaúcho se apaixonou pela meiguice, o carinho, a ternura e a beleza da alagoana. Prometeu tudo para ficar só com ele.
Entretanto, Djanira era a mais disputada entre os clientes da pensão. Pedro se mordia de ciúme quando sua amada entrava no quarto com outro homem. O navio estava esperando atracação para carregar açúcar. Pedro, o marinheiro, ficou 15 dias em Maceió, curtindo sua paixão. Djanira se sentiu amada realmente pela primeira vez na vida, também se apaixonou.
Na despedida Pedrão prometeu voltar, Djanira acompanhou o navio cargueiro se afastar do cais levando seu amor, sua vida. As amigas bem diziam que rapariga não pode, não deve se enrabichar. Toda manhã ela descia à praia, contemplando o mar que levou Pedro, na esperança que um dia ele devolvesse seu grande amor.
O tempo passou, a paixão de Djanira nunca ..."

Cronica publicada por Luiz Berto em EPÍSTOLAS DO CARDEAL - Carlito Lima
Obtido de http://www.luizberto.com 


Marinheiros também amam poderia ter sido o título da cronica de Luiz Berto, pois eles costumam deixar amores em cada parada, em cada porto. Como aguentar os dias no mar se não for por amar alguém que ficou no cais, acenando para o amado que parte. Coração partido de quem fica. Espera longa, por um retorno incerto: será que volta? Sempre volta, pois a onda que leva o barco é a mesma que o traz de volta.
Por F@bio

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Santos - Ruy Ribeiro Couto

De: Ruy Ribeiro Couto

Sobre a cidade a tarde cai de manso.
Começam a acender-se luzes mortiças
Nos longos mastros dos transatlânticos ancorados.
Como é longo o cais envolvendo a cidade inteira
Com os chatos armazéns e os guindastes em fila
Como é longo o cais junto às águas oleosas!


Presos à amurada baloiçam botes vazios.
Vêm conversas confusas de marinheiros
Dentre vagões atulhados de carvão de pedra.


Nossa Senhora do Monte Serrat protege o comércio
A igrejinha branca está lá, no alto do morro,
Abençoando a fadiga dos homens suarentos.


Junto a estas águas oleosas nasci.
Nasci para sonhar o bem difícil das viagens,
O encanto triste dos amanhãs do exílio.
O apito longo das sereias, nas partidas,
Foi a música maravilhosa dos meus ouvidos de criança.


Ó transatlânticos com bandeiras enfeitadas,
Não é verdade que viestes para levar-me?

Obtido em http://www.novomilenio.inf.br/cultura/cult006b.htm

Interessante que esta é a segunda poesia de Ribeiro Couto que publico no Cargueiro de Letras e que tem o mesmo nome, "Santos". O poeta é um nostálgico de sua terra natal. Por seguir carreira diplomática, viveu muitos anos no exterior, levado pelos "transatlânticos com bandeiras enfeitadas". Nas letras registrou não só o amor por sua terra, onde a "tarde cai de manso", mas também sua sina de viajante.
Em Niterói também sonhei "o bem difícil das viagens", mas não vivi o "encanto triste da manhãs no exílio", senão por parcos momentos, pois não cheguei a ser seduzido pelo "apito longo das sereias".
Por F@bio

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Cemitério de Navios - Ledo Ivo

De: Ledo Ivo

Aqui os navios se escondem para morrer.


Nos porões vazios, só ficaram os ratos
à espera da impossível ressurreição.


E do esplendor do mundo sequer restou
o zarcão nos beiços do tempo.


O vento raspa as letras
dos nomes que os meninos soletravam.


A noite canina lambe
as cordoalhas esfarinhadas


sob o vôo das gaivotas estridentes
que, no cio, se ajuntam no fundo da baía.


Clareando madeiras podres e águas estagnadas,
o dia, com o seu olho cego, devora o gancho


que marca no casco as cicatrizes
do portaló que era um degrau do universo.


E a tarde prenhe de estrelas
inclina-se sobre a cabine onde, antigamente,


um casal aturdido pelo amor mais carnal
erguia no silêncio negras paliçadas.


Ó navios perdidos, velhos surdos
que, dormitando, escutam os seus próprios apitos


varando a neblina, no porto onde os barcos
eram como um rebanho atravessando a treva!




Essa poesia me fez recordar o tempo em que vivia em Niterói e passava pela Estrada do Contorno onde ficava uma área conhecida como "cemitério de navios", por ironia próxima ao Cemintério do Maruí. Era uma área entre o Barreto e a Ilha da Conceição para a qual os navios eram levados para o desmonte, para virar sucata. Não sei se ainda é assim. Quem sabe veio daí a inspiração de Ledo Ivo, que vive no Rio de Janeiro.
Ali pude ver navios recolhidos para a morte, encalhados, sem apito, surdos e mudos. Quantas histórias guardam seus porões, talvez reveladas pelas cicatrizes no casco. Não mais o esplendor dos mundos mas a treva eterna.
Ledo Ivo é jornalista, romancista, cronista, tradutor, ensaísta e poeta. Membro da Academia Brasileira de Letras, esse alagoano de Maceió é também um memorialista de seus contemporâneos, vide a entrevista concedida para Geneton Moraes Neto (http://www.geneton.com.br/archives/000052.html).
Por
F@bio

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

São Jorge dos Ilhéus - Jorge Amado

"...transpôs também ele a larga porta central da casa exportadora ... A casa agora era um prédio de quatro andares, no mesmo local do sobradinho antigo, próximo ao porto. O andar térreo era depósito e ensacamento de cacau, dois salões imensos, cheios até o teto de caroços negros que emanavam um cheiro de chocolate. Subindo pelas montanhas de cacau, homens nus da cintura para cima ensacavam os caroços. Outros pesavam os sacos, ajustandos-os ao peso de sessenta quilos exatos e, depois, as mulheres cosiam, numa rapidez surpreendente, as bocas dos sacos já pesados. Um meninote de uns doze anos imprimia sobre cada um deles um carimbo em tinta vermelha:
ZUDE, IRMÃO & CIA.
Exportadores

     Os caminhões penetravam pelo fundo em marcha-à-ré, carregadores levavam os sacos às costas, iam dobrados com o peso. Os sacos caíam com um baque surdo nos caminhões, os choferes punham os motores em marcha, arrancavam pela rua, paravam no cais. Novamente vinham carregadores e novamente se curvavam suas costas sob o peso da carga. Corriam pela ponte, pareciam seres estranhos, negros de espantosas corcundas. O navio sueco, enorme e cinzento, engolia o cacau. Marinheiros atravessavam, bêbados, a ponte de desembarque e falavam uma língua estranha."


Transcrito de "São Jorge dos Ilhéus", de Jorge Amado, Págs. 17 e 18. Romance. Escrita iniciada em Montevidéu e terminada em Periperi, Bahia, janeiro1944. São Paulo: Martins, 12ª edição, 1966. Foto obtida em http://pt.wikipedia.org/wiki/Jorge_Amado


Em 1982 comecei minha vida profissional no comércio exterior e logo em seguida fui atuar na área que cuidava das exportações de cacau na CACEX. Uma experiência rica, que me permitiu acompanhar histórias como essa de Jorge Amado, grande escritor brasileiro, mas que podemos chamar de o grande romancista do cacau e da Bahia. São Jorge dos Ilhéus retrata um período (anos trinta) do desenvolvimento da cultura do cacau no sul da Bahia, com disputas entre fazendeiros, exportadores e importadores de cacau. Nesse contexto, pode-se entender um pouco do comércio de uma commodity que já teve um importante ciclo econômico para o Brasil e para a Bahia em particular. Períodos de altas e baixas de suas cotações no mercado internacional, que trouxeram riqueza e opulência em certos momentos, decadência e desgraça em outros, mas sempre com um fundo de pobreza e miséria do trabalho, quase escravo, nas fazendas de cacau e no porto de Ilhéus. Jorge Amado é um escritor que nunca deixou de apresentar o constraste e a desigualdade social, mas também a miscigenação e o sincretismo que tanto caracterizam  o nosso país. Em São Jorge dos Ilhéus esse cenário aparece de forma muito clara, carregado de lutas e paixões, como um bom romance requer.
Por F@bio

domingo, 5 de setembro de 2010

Atravessa Esta Paisagem o Meu sonho - Fernando Pessoa

De: Fernando Pessoa

"Atravessa esta paisagem o meu sonho dum porto infinito
E a cor das flores é transparente de as velas de grandes navios
Que largam do cais arrastando nas águas por sombra
Os vultos ao sol daquelas árvores antigas...
O porto que sonho é sombrio e pálido
E esta paisagem é cheia de sol deste lado...
Mas no meu espírito o sol deste dia é porto sombrio
E os navios que saem do porto são estas árvores ao sol...
Liberto em duplo, abandonei-me da paisagem abaixo...
O vulto do cais é a estrada nítida e calma
Que se levanta e se ergue como um muro,
E os navios passam por dentro dos troncos das árvores
Com uma horizontalidade vertical,
E deixam cair amarras na água pelas folhas uma a uma dentro...
Não sei quem me sonho...
Súbito toda a água do mar do porto é transparente
E vejo no fundo, como uma estampa enorme que lá estivesse desdobrada,
Esta paisagem toda, renque de árvore, estrada a arder em aquele porto,
E a sombra duma nau mais antiga que o porto que passa
Entre o meu sonho do porto e o meu ver esta paisagem
E chega ao pé de mim, e entra por mim dentro,
E passa para o outro lado da minha alma..."

Poesia obtida em http://www.lovers-poems.com/poesia-fernando-pessoa-atravessa-esta-paisagem.html
Imagem obtida em http://www2.ilch.uminho.pt/portaldealunos/Estudos/EP/AH/TCH/P1/Ines/fernando.html

Navergar pelos versos de Fernando Pessoa, singrar cada poema, cada estrofe, cada frase, cada palavra. Passar para o outro lado e descobrir imagens, sons, cheiros e sabores, no texto sensível do poeta maior da língua portuguesa. Pessoa é o grande porto da poesia lusa, esta é a verdadeira ode. 
Por F@bio 

domingo, 15 de agosto de 2010

Santos - Ruy Ribeiro Couto

Nasci junto do porto ouvindo o barulho dos embarques.
0s pesados carretões de café
Sacudiam as ruas, faziam trepidar o meu berço.

Cresci junto do porto, vendo a azáfama dos embarques.
O apito triste dos cargueiros que partiam
Deixava longas ressonâncias na minha rua.

Brinquei de pegador entre os vagões das docas.
Os grãos de café, perdidos no lajedo,
Eram pedrinhas que eu atirava noutros meninos.

As grades de ferro dos armazéns, fechados à noite,
Faziam sonhar (tantas mercadorias!)
E me ensinavam a poesia do comércio.

Sou também teu filho, ó cidade marítima,
Tenho no sangue o instinto da partida,
O amor dos estrangeiros e das nações.

Oh, não me esqueças nunca, ó cidade marítima,
Que eu te trago comigo por todos os climas
E o cheiro do café me dá tua presença.


De Ruy Ribeiro Couto obtido de http://www.antoniomiranda.com.br/iberoamerica/brasil/ribeiro_couto.html


Jornalista, magistrado, diplomata, poeta, contista e romancista, Ribeiro Couto nasceu em Santos - SP (1898) e faleceu em Paris - França (1963). Foi membro da Academia Brasileira de Letras e colaborador do Jornal do Brasil e O Globo, ambos do Rio de Janeiro, e de A Província, de Pernambuco. Em "Santos" o que aparece são as reminicências de menino crescido na cidade porto, ouvindo o "triste apito" da partida dos cargueiros, abarrotados de café. O ar marinho era impregnado pelo cheiro do café. Diplomata, Ribeiro Couto correu mundo, como os cargueiros, e cultivou o "amor dos estrangeiros e das nações". Sua poesia ficou para nos inspirar, deixando "longas ressonâncias" em nossas vidas.
Nasci numa fazenda de café e cresci junto ao mar. No poema de Ribeiro Couto também pude resgatar minhas reminiscências de menino.
Por F@bio

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Céu e Mar - Cassiano Ricardo

De: Cassiano Ricardo

O dia marinheiro
todo vestido de sol branco
andava navegando com os marujos
de solavanco em solavanco
a prometer-lhes mundos nunca vistos nem sonhados

em mares nunca antes navegados

tudo por conta de outro dia
que mais adiante aparecia
e a mesma coisa prometia.

Luas marítimas, logo após,

nadavam no silêncio da amplidão
por onde a noite, caravela de carvão
levava a bordo uma porção de estrelas nuas.

Como era doída no outro dia

a dor da repetição!

Em Coletânia de Poemas de Cassiano Ricardo, Livro 2, disponível em: www.fccr.org.br

Conheci a poesia de Cassiano Ricardo ainda na adolescência e me encantei com "Gagárin" (veja abaixo), da sua fase concretista.  Jornalista, poeta e ensaísta nascido em São José dos Campos - SP (1895). Estudou em São Paulo e Rio de Janeiro. Participou da Semana de Arte Moderna de 1922. Transitou do simbolismo ao modernismo e concretismo. Foi um ativista incansável. No modernismo participou dos grupos "Verde Amarelo" e "Anta". Trabalhou nos jornais Correio Paulistando (SP) e A Manhã (RJ). Fundou as revistas: Novíssima e Planalto. Foi das Academias Paulista de Letras e Brasileira de Letras. Com Céu e Mar, Cassiano Ricardo me permite enriquecer este blog com mais um belo poema e vesti-lo de sol branco, iluminado pelo grande poeta sãojoanense. 
Por F@bio