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terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Partir - Paula Parisot

"Ainda que conheça a história, não sei, ainda que diga a verdade, invento. As palavras são ficção, não são as coisas, nem os sentimentos, nem o que dizem ser, posso falar de lugares, fatos, pessoas, lembranças, desejos, posso dizer amei, sofri, mas ao dizer apenas recrio o que vi e vivi, transformando a mim e a minha vida num simulacro".

Trecho do romance Partir, de Paula Parisot (pag. 269). São Paulo: Tordesilhas, 2013


Paula Parisot é escritora e artista nascida no Rio de Janeiro que atualmente vive na cidade de São Paulo. Formada em desenho industrial pela PUC-RJ, foi bolsista da New School University de Nova Iorque, onde cursou Belas Artes. É autora do livro de contos "A dama da solidão", que foi finalista do Prêmio Jabuti, e do romance "Gonzos e parafusos", que inspirou uma performance que durou sete dias e seis noites.

Partir tem como protagonista o narrador, um homem que tem como meta chegar ao Alasca por terra. Saindo do Rio de Janeiro, faz uma peregrinação pela América do Sul (Brasil Região Sul, Uruguai, Argentina, Chile, Bolívia, Perú, Equador, Colômbia, Venezuela e novamente Brasil, agora pelo Norte e Nordeste). Mas o que conta para ele é o caminho, pois o destino é só um destino, nada mais. Nessa viagem depara-se com uma América Latina particular, com personagens inusitados e quase todos marginais. Ao partir deixa para trás um afeto inusual por um pato chamado Jack Kerouc, não por acaso o nome do autor de "On the road". Por certo um andarilho que, além do próprio pai, inspirou a autora.
No livro, a viagem também é contada pelos desenhos que a autora fez com carvão, grafite e nanquim. “Desenhar é como escrever através de símbolos e hieróglifos que não sei decifrar muito bem. Algo que me permite falar diretamente do inconsciente”, Paula explica (Fonte: http://portalcaneca.com.br/2013/09/lancamento-partir-de-paula-parisot-2/)

Além de um história envolvente, há passagens bastante bem humoradas no livro, como o encontro do narrador com o pato e o afeto que se cria entre os dois.
Por F@bio